A força da cultura de marca está no RH

Henrique Gomes
2 min readAug 31, 2020

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Muito tenho lido sobre cultura de marca — ainda mais durante a pandemia, parece que rolou tempo para pensar no assunto. Se analisar o que os profissionais do mercado tem dito ultimamente, esse assunto sempre acaba aparecendo — justamente pq é bem importante. O problema, ao meu ver, é que muitas vezes aparece de forma desordenada, de um jeito que não dá pra captar onde isso se encaixa num planejamento completo, e outras vezes de abordados com uma complexidade que não entende-se bulhufas.

Criar uma cultura é algo que precisa estar definitivamente no radar de qualquer marca que busca longevidade. É essencial para criação de raízes e para tornar-se desejado. Não tem como ser uma grande marca sem ter uma cultura devidamente entendida para que seja disseminada. Demora, é doído, às vezes até monótono, mas não existe atalho.

Acontece que a estruturação do nosso mercado tende a nos fazer olhar a marca muito pelo viés do marketing e da comunicação. O que é fácil compreender, já que a iniciativas, exposições e as ações costumam vir desses departamentos. Porém, nada mais forte para criação (e manutenção) de cultura de marca do que contratar corretamente. E aí é que a coisa fica legal.

Os profissionais de RH sabem bem que, se contratar é difícil, contratar errado é muito pior. Então, já é costume ter um perfil de profissionais definido para as posições, suas descrições de cargos, etc. Porém, o alinhamento com crenças e valores é que faz a diferença. Habilidades/skills é possível aprender. Mudar a visão de alguém para que acredite em algo, abrace um propósito, pode ser algo que demora a vida toda — e talvez sem sucesso.

Não há ação, mensagem, palestra, sermão, vídeo, site, blog, ou qualquer outra dinâmica que pode mudar valores genuinamente arraigados. Já vi gente competentíssima com baixa performance justamente porque não conseguia ter aderência com o que a empresa pregava. É triste, mas não é difícil imaginar como deve ser pesado esforçar-se para criar valor pra algo que vai contra sua própria personalidade.

O exercício de encontrar as pessoas corretas, que remarão para o mesmo objetivo, precisa ser colocado como um ponto crucial na construção de uma marca forte. Talvez não é que você contrate mal, só não está procurando corretamente. Antes, é preciso que a empresa se conheça o suficiente para saber quem realmente ela tá buscando.

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